terça-feira, 1 de novembro de 2011

Tratamento cirúrgico

Recorre-se ao tratamento cirúrgico quando o tratamento por medicação não surte efeito. Para isso, o tecido cerebral lesado, que provoca as crises, tem de estar circunscrito a uma área do cérebro, sendo ainda necessário que esta possa ser removida sem alterar a personalidade ou as funções do doente.
Qualquer médico pode tratar a epilepsia, embora os casos mais complicados possam ser referenciados para o neurologista ou neuropediatra ou dirigidos para as Consultas de Epilepsia ou de Convulsões existentes em vários hospitais. Infelizmente, não há em Portugal centros exclusivamente dedicados a esta doença.
A cirurgia como tratamento
As crises epilépticas são produzidas por uma actividade eléctrica anormal do cérebro. A remoção cirúrgica das áreas cerebrais responsáveis pelas crises iniciou-se há cerca de 50 anos. No entanto, com as novas técnicas cirúrgicas e com novos métodos para identificar as áreas a remover, cada vez mais se fazem operações bem sucedidas. A cirurgia pode ser praticada em crianças e adultos, mas não serve para todas as pessoas com epilepsia ou para todas as que têm mau controlo das crises. Para decidirem se a pessoa beneficia com a cirurgia, os médicos pretendem saber:
  • Os ataques são realmente crises epilépticas?
  • Foi tentado um controlo medicamentoso exaustivo?
  • O tipo de crises pode melhorar com a cirurgia?
  • Os benefícios ultrapassam os riscos da cirurgia?
Há questões individuais, levando a diferentes respostas para cada pessoa, baseadas na história individual e familiar, nos exames neurológico e mental, nos meios auxiliares de diagnóstico, bem como numa bateria de testes pré-cirúrgicos .
Tipos de Cirurgia
Com excepção do implante vagal todos os tipos de cirurgia envolvem o cérebro. De um modo geral podem ser feitos dois tipos de cirurgia:
  • Remoção da área cerebral responsável pela produção de crises.
  • Interrupção das vias nervosas ao longo das quais se espalham os impulsos que transmitem as crises.
As complicações dos diferentes tipos de cirurgia surgem em 4% das intervenções e dependem do tipo de cirurgia praticado.
Lobectomia
As crises iniciadas numa ou mais áreas independentes do cérebro são conhecidas como crises parciais, com uma sintomatologia dependente do local do cérebro onde se originam.
O cérebro está dividido em áreas chamadas lobos: frontais, temporais, parietais e occipitais. Existem dois de cada um destes lobos, situados de cada lado do cérebro. A operação destinada a remover todo ou parte de um destes lobos é chamada lobectomia .
Este tipo de cirurgia pode ser praticado quando uma pessoa tem crises que se iniciam sempre no mesmo lobo, desde que não seja lesada nenhuma função vital. Algumas vezes não é necessário remover inteiramente um lobo, a cirurgia limita-se a retirar apenas o local onde se situa o foco epiléptico.

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